Cem Pequenas Poesias do Dia a Dia

* Prêmio de Literatura UNIFOR

Título: Cem pequenas poesias do dia a dia
Ilustrações: Alessandro Fonseca

Gênero: Poesia 
Páginas: 64
Editora: Telucazu Edições
Ano de edição: 2016
Ano da 1ª edição: Unifor (2011/2012)


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Sinopse


O que pode ser considerado pequeno?
Uma formiga, uma gota, uma concha, uma semente?
E o que é poesia?
Há lírica em uma xícara, um prego, um semáforo quebrado?
E o que é o dia-a-dia?
Um calendário, um jornal, o relógio da cozinha?
Quando nos permitimos um novo olhar sobre o cotidiano, descobrimos que a grandeza da vida é feita de pequenos detalhes...
"Cem pequenas poesias do dia-a-dia" celebra essa grandeza.



Apresentação de Tatiana Alves (Escritora e Doutora em Letras)

Cem pequenas poesias do dia a dia, do premiado escritor André Kondo, constitui-se de pequenas doses de lirismo que gotejam, a cada linha, enfocando aspectos que tangenciam as grandes questões da humanidade.

As imagens utilizadas por Kondo combinam corriqueiras situações do cotidiano e abstrações que revelam a profundidade da natureza humana. Que ninguém se iluda com a aparente simplicidade dos poemas, todos de quatro versos, que compõem o livro: tempo, amor, saudade, solidão, cumplicidade, tudo é meticulosamente degustado em pequenas doses, fazendo com que o leitor reflita sobre a mensagem contida nas entrelinhas à medida que realiza a leitura.

A estrutura do texto, composto a partir de quase aforismos, parece acentuar a sensação de que o eu poético, por meio de máximas, filosofa acerca da existência. Em suas reflexões, as imagens prosaicas metaforizam sentimentos os mais profundos. Sal de saudade, tempero de nostalgia. Xícaras de café sem pires atuam como signos de solidão e geladeiras que se tornam capazes de aquecer subvertem as expectativas, em antinomias que sugerem a eterna e terna aventura de existir e de se reinventar.

Outro aspecto que se destaca na obra é uma atitude de otimismo em relação ao mundo, otimismo que parece não esmorecer, mesmo diante das adversidades. Entre aranhas que seguem, penduradas por um fio / de confiança e formigas que carregam um grão de hora / para o formigueiro / do tempo, a vida se estabelece e se dá a ler nas entrelinhas. Em teias que se tecem, sela-se o pacto de confiança na vida.

O vislumbre de um mundo melhor faz-se a partir de pequenas imagens, que dialogam com a tradição literária, em um caminho que não é suficiente para (des)encaminhar a pedra. Se há pedras no meio do caminho, há um caminho, em meio às pedras, que merece ser trilhado.

Em tempos de descrença na humanidade e no futuro, a leitura das cem pequenas poesias atua como um bálsamo de esperança. Cem textos que nos deixam sem palavras.



Crítica de Batista de Lima

“Os poemas da obra ‘Cem pequenas poesias do dia a dia’, de André Kondo, são pequenos textos de uma profunda densidade. Verdadeiras obras de arte que oscilam entre cromos de mensagens até filosóficas a haikais de bem-dizer focados na natureza. Um exemplo é "o reflexo/ da lua/ em uma poça d´água / sonho de marés". O importante é a lírica que se expande desses pequenos invólucros que se tornam grandes poemas”.



Curiosidades

1) A obra foi escrita em apenas 24 horas, para participar do Prêmio de Literatura Unifor de 2011, na categoria obras inéditas. Como a exigência era que se apresentasse um livro de 100 páginas, o autor optou pela composição de 100 quadras, pequenos poemas inspirados no quintal do asilo no qual morava à época, propriedade dos descendentes do Barão de Mauá.
A obra venceu o certame, proporcionando ao autor uma viagem aos Estados Unidos, onde realizou uma peregrinação literária de costa a costa.

2) A capa da 1.ª edição publicada pela Unifor em 2011 foi elaborada pelo artista Walther Moreira Santos (também premiado escritor). Os dados da obra utilizada: "Sem título/2011, acrílica sobre madeira". A primeira edição foi impressa no formato 14,5 X 21 cm, formato para o qual a capa foi concebida. A publicação subsequente da Telucazu Edições contemplava um projeto gráfico diferente, para um livro no formato de bolso (10X15), com minúsculas ilustrações realizadas pelo artista Alessandro Fonseca, razão pela qual a capa da edição da Unifor, apesar de belíssima, não pôde ser utilizada.

3) Alguns exemplares da edição da Telucazu Edições possuem pequenas lupas em formato de cartão, com aumento de 3 X. Tais lupas complementam o projeto gráfico, pois podem ser utilizadas para a observação das ilustrações minúsculas da obra. A proposta é para que o leitor exercite o olhar das pequenas coisas do cotidiano, encontrando a poesia em cada uma delas.